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Memórias em Retalhos:

Costurando Contos
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SOBRE O LIVRO

O livro “Memórias em retalhos: costurando contos” consiste numa antologia de contos, produzida por estudantes de duas turmas, do curso de Edificações e do curso de Química, do Instituto Federal de Goiás, Câmpus Anápolis. Os contos foram produzidos no ano de 2017, quando as turmas cursavam o 2º ano do Ensino Médio e, o livro, posteriormente, foi organizado em 2018, por um corpo editorial formado por alunas e alunos das respectivas turmas, agora no 3º ano, que se voluntariaram à edição digital do livro. 


O projeto de produção de contos surgiu do meu desejo, inspirado em Conceição Evaristo, de transformar as memórias familiares de minhas alunas e alunos em narrativas escritas, fossem elas de cunho real, ficcional ou fantástico. Certa vez, li uma entrevista da autora em que ela dizia que sua produção era inspirada nas memórias de suas ancestrais, de seus familiares. E isso contribuiu para que eu criasse o projeto de escrita de contos na sala de aula.


Em minha vida de professora de Língua Portuguesa (e de sonhar em ser escritora), tenho buscado construir práticas pedagógicas que permitam que a leitura e a escrita sejam prazerosas, críticas, que façam sentido para as/os estudantes e que, sobretudo, sejam criativas. Tenho também buscado desenvolver ações que promovem a produção autoral, indo de encontro à perspectiva de aulas de língua portuguesa baseada em se fazer cópias e memorizar normas gramaticais e nomenclaturas que pouco fazem sentido. Tenho buscado promover ações descolonizadoras, com base na perspectiva freiriana de educação para a liberdade. Entendo educar como Paulo Freire, como uma forma de possibilitar que a vida cotidiana seja lida criticamente para que possa promover um movimento humanizador da realidade que vivenciamos e compartilhamos. 


E, nesse ínterim, um dos projetos que desenvolvi com as/os estudantes do IFG-Câmpus Anápolis foi o de escrita de contos, inspirados em memórias familiares. O projeto teve início em maio de 2017 e se encerrou em novembro do mesmo ano. A primeira ação foi de leitura. Lemos e analisamos contos de Conceição Evaristo, Esmeralda Ribeiro e Cristiane Sobral. Escolhi autoras negras justamente para empreender um debate sobre a democratização do espaço literário e o reconhecimento de autorias de mulheres e, em especial, mulheres negras. Nosso ensino da Literatura ainda tem sido muito colonizado, privilegiando apenas os cânones, homens, brancos. Às vezes, homens negros. Às vezes, mulheres brancas. Mas e as mulheres negras? 


Lemos contos como “Olhos d’ água”, de Conceição Evaristo, “Tapete Voador”, de Cristiane Sobral, e “Guarde Segredo” de Esmeralda Ribeiro. Após a análise dos contos e o estudo da produção escrita desse gênero literário, desenvolvemos duas ações concomitantemente: a produção de peça de teatro inspirada nas narrativas e a escrita autoral de contos.


Vou me ater às ações com foco na escrita. O primeiro passo foi o desenvolvimento de uma “tarefa de casa”: conversar com familiares, ouvir e contemplar suas memórias. A partir disso, as/os alunas/os escolheram uma história que mais lhes inspiravam. Para permitir que o processo pudesse ser criativo e autoral, propus que cada uma/um pudesse criar o conto do modo que desejasse: real, ficcional ou fantástico. 


Portanto, algumas/ns escreveram narrativas de uma história familiar real, fazendo, é claro, adaptações necessárias. São os contos da primeira parte do livro. Algumas/ns optaram por selecionar determinada memória familiar e, dela, criar uma narrativa ficcional. Nesse caso, a memória serviu como base para sua criação, mas a história é totalmente obra de sua imaginação. Estes se encontram na segunda parte do livro. E, por fim, algumas/ns alunas/os criaram contos fantásticos, com seres mágicos e de fantasia. Aqui também a memória familiar serviu de inspiração para a criação de uma narrativa imaginária. São os contos da última parte do livro.


A primeira escrita se deu em junho de 2017. Começou, a partir daí, todo o processo de orientação, revisão e reescrita dos contos. A primeira orientação para revisão textual se deu em sala de aula. Aproveitei para ensinar questões linguísticas importantes como coesão e coerência textual, em termos de uso de tempo verbal, construção de períodos, uso de conjunções e articuladores textuais para gêneros narrativos e estratégias de fazer retomada sem repetições exaustivas. A segunda orientação, por sua vez, se deu via ferramenta de revisão do Word, em que pude marcar correções e adequações que eram necessárias ao texto. Já a terceira, e última, se deu individualmente, em horários extraclasses. 


A versão final do conto foi entregue em novembro de 2017. E, neste ano, o corpo editorial ainda procedeu com o trabalho de revisão textual, na tentativa de minimizar problemas linguísticos básicos e erros de digitação. 


Todo o projeto, nesse sentido, foi desenvolvido privilegiando a leitura e a escrita autoral. E este livro é a tradução do esforço de minhas/meus alunas/os em criar, contar, narrar e materializar as memórias de seus familiares em contos. Este livro costura essas memórias, a partir de uma série de retalhos, cada retalho contando uma história. Histórias reais, fictícias e fantásticas. Todas histórias inspiradas em memórias. Todas histórias transformadas em contos. Contos em retalhos...


Amanda Oliveira Rechetnicou

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